| Publicado por Rodrigo Sousa em: 3 de novembro de 2012 |
FERNANDES, Bernardo Mançano. Questão agrária, pesquisa e MST. Ed. 92. São Paulo: Cortez, 2001.
1 – A QUESTÃO AGRÁRIA NO LIMIAR DO
SÉCULO XXI
Introdução
A partir desta década verifica-se a enorme quantidade de incentivos governamentais ao modelo de produção de alimentos embasado na grande produção para abastecimento do mercado resultante do modo de produção capitalista.
A não efetivação de uma reforma
agrária de aspecto de política nacional de redistribuição de terras não inibe
as necessidades do camponês, fazendo-o um lutador por seus direitos e,
conquistador do seu ‘pedaço de terra’.
Reflexão para o estado da questão
agrária
A reprodução do modo de produção capitalista é entendida pelo autor do texto em fichamento como tendo intrínseca em sua existência a questão agrária como movimento de problemas na produção de alimentos.
Solucionar os problemas que
constituem a reforma agrária enfrenta diversos fatores, que lhe tornam quase
que impossível, como por exemplo o reconhecimento de certa alteração da
correlação de forças.
A reforma agrária como algo além da distribuição de terras, mas sobretudo como conjunto de práticas e lutas políticas.
Não são os governos e, muito menos os latifundiários ou ‘os pertencentes às classes privilegiadas e dominantes’ que promoverão a reforma agrárias, pois isso vai em grande parte contra seus interesses de exploração e expropriação, se não os trabalhadores rurais.
Diante do modo de produção em que
estamos inseridos os pobres, os camponeses tem a fundamental importância de
manter a estrutura de dominação, como sendo os dominados.
A luta pela terra no limiar do século
XXI
O modo de produção capitalista mantem sua estrutura em bases de poder e de dinheiro e a terra representa tanto poder como dinheiro, levando a sua reprodução.A ocupação representa uma tentativa de diálogo e chamada de atenção para a problemática, não sendo muito bem interpretados pela sociedade, o que só enfatiza a impossibilidade de uma efetiva reforma agrária.
2 – MOVIMENTO SOCIAL COMO CATEGORIA
GEOGRÁFICA
Introdução
As questões agrárias e mais especificamente os movimentos sociais no campo representam temas e mais abrangentemente categorias de análises muito difundidas e de grande importância dentro da ciência geográfica nos últimos tempos e, é de fundamental importância a consciência de uma efetivação cientifica da Geografia no movimento social como categoria de análise.
“O
conceito de movimento socioespacial é amplo porque envolve as diferentes
dimensões do espaço geográfico: social, politico, econômico etc.”
/A medida que existem movimentos em
conquista de espaços, estes movimentos assimilam uma característica
socioespacial, em construção, conquista e modificação./
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Trabalhos de base – construindo expansões
de socialização política
No momento em que o movimento social organiza uma ocupação dá se o início de um processo de construção, criação e recriação de determinado espaço, com características peculiares e complexas.
Tanto os trabalhadores rurais podem
se organizar para modificar seu espaço, entendendo uma espacialidade, como
podem organizar-se para ocupar e apropriar-se de um espaço diferente, em
reprodução em um processo de espacialização.
Processos de ocupação: tipos e formas
– espacialização e territorializaçao
A mediada que determinado espaço é construído, reconstruído ou reproduzido, estabelecem-se relações de territórios distintos, complementares e interiores em contínua interação, constituindo portanto processo de territorialização.
A medida que os movimentos sociais
se concretizam, criam-se conhecimentos, sobretudo pelas relações de
territorialização que refletirão em migrações a outros movimentos em um
processo de espacialização.
Organicidade e vinculação
É necessário que se considere a necessidade
de uma organicidade para administração da luta pela terra como orientadora das
ações e programas desenvolvidos para progresso em conjunto e harmonia dos
envolvidos.
3 – O MST E A PESQUISA
Introdução
É a partir do conhecimento da
realidade que é possível transformá-la e a pesquisa assume a importância de
conhecer a realidade dos componentes do MST para dar apoio a sua
transformação.
O princípio da caminhada
A pesquisa de forma geral tem a importância de entender as transformações sociais para orienta-las em direção a tomadas de decisões acertadas.
A pesquisa do MST
O acompanhamento dos resultados das ações do MST é de fundamental importância para a construção da experiência do Movimento e, a pesquisa assume esta responsabilidade.
O acompanhamento dos resultados das ações do MST é de fundamental importância para a construção da experiência do Movimento e, a pesquisa assume esta responsabilidade.
Os setores de atividades e as
pesquisas
Dentro do MST existe uma enorme
quantidade de áreas de administração, que necessitam de conhecimentos mais
específicos, daí a importância de cada ‘repartição’ incentivar a pesquisa da
sua área.
O desafio e a ousadia
É a partir de estímulos que a
pesquisa se torna possível e ao longo de seu decorrer é necessário tanto o
desafio como o objetivo de chegar ao fim, como a ousadia para reinventar a
criação do novo.
A pesquisa e o compromisso:
orientações para a escolha de temas de pesquisa
O fim e começo maior das pesquisas
no MST correspondem aos componentes do Movimento, na transformação das suas
realidades, não esquecendo a rigorosidade e compromisso científico, ético e
moral que exige um conhecimento válido e aplicável a realidade.