| Publicado por Rodrigo Sousa em: 19 de dezembro de 2011 |
GEOGRAFIA
E FILOSOFIA: CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
Com base nas afirmações dos autores acima, podemos definir o método como o conjunto de parâmetros utilizados durante a execução de determinada tarefa, entretanto, quando o método é científico, torna-se necessário um conjunto de análises sobre o tema, devido sua importância no desenvolvimento do conhecimento científico.
Desta forma o conceito de método gera discussões entre os pensadores da produção do conhecimento, como podemos observar, para Severino o método é simplesmente o conjunto de procedimentos empreendidos no desenvolvimento de uma pesquisa, enquanto para Chauí, o método é tido como dividido em duas categorias que visam a finalidade da pesquisa, sendo o método que busca discutir e aquele que se volta para uma análise do tema em questão. Mas é de fundamental importância frisar que esses conceitos mudam com o decorrer da história e que o autor do texto em análise defende o método dividido em três tipos básicos, que sintetizam as formas empregadas na produção do conhecimento. Sendo:
O método hipotético-dedutivo é aquele que baseia-se, assim como o próprio nome propõe, em lançar hipóteses que serão comprovadas ou negadas ao final da pesquisa, baseado no rigor matemático proposto por Descartes, não permite parcialidades nem “verdades incompletas”, sendo, portanto, o objeto de estudo determinador dos resultados da pesquisa.
O método fenomenológico-hermenêutico, por outro lado busca analisar e principalmente descrever os fenômenos em estudo, sendo, portanto o estudioso aquele que definirá as características do fenômeno, por meio de seu ponto de vista, apesar da imparcialidade proposta pelo método científico, nega a exatidão proposta pelo método hipotético-dedutivo, uma vez que cada pessoa terá um olhar diferente sob uma mesma situação.
O método dialético veio revolucionar a forma como o conhecimento é produzido, pois devido à grande quantidade de conhecimento desenvolvido no decorrer da evolução da ciência tornou-se necessário um método que passasse a confrontar os estudos e buscar por meio da crítica encontrar as verdades presentes em cada estudo, foi a partir deste momento que verificou-se que determinado fenômeno deve ser estudado visando as relações que o mesmo estabelece com seu meio, inclusive com os demais fenômenos. Assim Hengel definiu o método dialético em três fases, tese, o momento em que determinado fenômeno é estudado, antítese, um segundo estudo que tem por objetivo confrontar e verificar as veracidades científicas encontradas na tese e por fim, a síntese que seria o resultado final da tese confrontada com a antítese. Assim, baseado na crítica, o método dialético trata o sujeito e o objeto em constantes transformações, um perante ao outro e, as teses e antíteses em constante movimento de transformação por meio da crítica da realidade.
Dentre os métodos surgiram alguns grupos de pensadores que defenderam “doutrinas metodológicas”, ou seja, conjuntos de características metodológicas que buscavam um novo método para o conhecimento científico, como por exemplo os seguidores de Popper que baseados no principio da falseabilidade, consideravam como conhecimento científico somente o estudo que passasse por um conjunto de testes para verificar suas veracidades.
Para compreendermos o método é necessário ainda, o entendimento de determinados termos, frequentemente associados ao método.
A ideologia, se por um lado é um conjunto de “defesas” ás necessidades de determinado grupo, por outro é uma forma de assumir determinada parcialidade que pode ir contra os princípios do conhecimento científico. A teoria, por outro lado, pode ser entendida como as características que concebem determinado fenômeno. A lei consiste na generalização de determinado fenômeno. Já o conceito pode ser entendido como o próprio entendimento generalizado sobre determinado fenômeno, enquanto a idéia é uma espécie de conceito não comprovado cientificamente.
Assim, podemos perceber o quanto o método é mais complexo do que pensamos, o quanto é sua importância na organização e sistematização do conhecimento, o que acaba por torná-lo científico. Podemos perceber ainda o quanto os tipos de métodos empregados na elaboração de um estudo podem definir o caminho a ser trilhado pela pesquisa, o quê e como será abordado, além dos próprios resultados, sendo, portanto necessário analisar previamente as necessidades da pesquisa e escolher o método mais adequado para não prejudicar o resultado final da mesma, ou mesmo buscar um novo método, baseado na junção e adaptação dos pré-existentes às exigências da pesquisa.
Escrito por Rodrigo Sousa em maio de 2011