Fichamento: LUNGARZO, Carlos. O que é ciência

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 5 de novembro de 2011 |

Bibliografia
LUNGARZO, Carlos. O que é Ciência. 2ª ed. São Paulo. Brasiliense, 1992, 87p.

O que é ciência
P.11-“Observando que há mais detalhes nas explicações do cientista do que nas explicações do homem da rua. Todavia nem sempre as diferenças entre as duas classes de explicações é tão grande.”
P.11-/Ocorrem situações em que as explicações cientificas se assemelham àquelas do senso comum, mas na maioria dos casos elas são bem diferenciadas entre si./
P.11-“Mas essa diferença ainda é significativa. O homem da rua explica certos fatos por meio de conhecimentos que também são do senso comum. O cientista tenta encontrar explicações que sejam mais profundas, que estejam baseadas em conhecimentos mais exatos, mais precisos.”
P.11-/Enquanto o homem comum busca explicações óbvias e de simples entendimento, o cientista procura explicações mais concretas e exaras, mesmo que para isso tenham que ser muito abrangentes e complexas./
P.12-“O conhecimento científico é critico. Ainda que sua origem seja a experiência, esse conhecimento não fica grudado a ela de modo incondicional. Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem sempre profunda, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes para seus conhecimentos.”0
P.12-/O conhecimento científico se baseia em explicações sólidas e profundas, não importando a complexidade que isso possa exigir./
P.12-“O conhecimento científico é, portanto, submetido a uma serie de testes, analises, controles que garantam pelo menos uma “chance” alta de obter informações verdadeiras e justificadas.”
P.12-/O conhecimento científico tem que ser testado e comprovado para ser aceito no meio cientifico./
P.13-“O conhecimento científico é organizado. O cientista tenta construir sistemas de conhecimento, embora seus ensaios nem sempre possam ser coroados pelo sucesso. Enquanto o senso comum é composto por um conjunto de conhecimentos “avulsos”, o cientista visa organizar seu conhecimento num conjunto onde o¬s elementos estejam relacionados de maneira ordenada."
P.13-/O cientista organiza sistematicamente seus conhecimentos para que seja facilitado e simplificado sua organização, enquanto o homem comum tem seus conhecimentos ‘naturalmente’ soltos e dispersos./
P.14-“O conhecimento científico é geral. É conhecimento de conjuntos ou classes de fatos e situações, e não apenas de determinado fatos isolados. [...]”
P.14-/O conhecimento científico visa o todo e não as partes, ou seja busca criar leis que possam ser usadas em diversas áreas, com o objetivo de permitir uma compreensão facilitada, como exemplo temos a lei da inércia que explica que “todos os corpos tendem a permanecer no estado em que se encontram, seja ele em movimento ou repouso”, e não somente alguns./
P.14-“Um ponto muito importante é o caráter metódico do conhecimento cientifico. Os filósofos mais tradicionais [...] consideravam que uma característica essencial da ciência é o método. [...]”.
P.14-/Para ser organizado, o conhecimento científico se utiliza de métodos, que são os caminhos pré-estabelecidos para se chegar à conclusões aceitas./
P.15-“A ciência é uma parte da cultura dos povos modernos, como a religião, a arte, a literatura, etc. [...]”
P.15-/A ciência está impregnada na cultura moderna, assim como a religião, hoje seria impossível viver sem os conhecimentos científicos./
P.15-“Ainda, “ciência” é usualmente identificada com o conjunto ou sistema organizado de conhecimento científico. [...]”
P.15-/As ciências têm a função de desenvolver e organizar o conhecimento para que estes possam ser compreendidos por todos./
P.18-“Exemplos de ciências naturais são: a física, a química, a biologia, a geologia, a astronomia e algumas outras. Enquanto as ciências humanas seriam a historia, a antropologia, a psicologia, a lingüística, a economia, a ciência política, e assim por diante.”
P.18-/As ciências naturais e humanas compreendem as ciências factuais, isto é, dependem de fatos, que são divididas em naturais e humanas./
P19-“[...] o conhecimento cientifico origina-se nos fatos reais, sejam da natureza, do homem, da sociedade, da mente, etc.”
P19-/O conhecimento científico necessita de bases reais para se estabelecerem, pois ele trata da verdade./
P.19-“[...] se o conhecimento científico tem origem nos fatos, na realidade, seja natural ou social, como é que a matemática é uma ciência? A matemática não lida com objetos reais, nem com pessoas, nem com forças, nem com entidades sociais etc. ela e uma ferramenta importante em quase todas as ciências, mas seu objeto próprio, especifico não tem nada a ver com os fatos.”
P19-/A matemática compreende uma exceção, na qual ela não se baseia em fatos reais, sendo por isso chamada de ciência abstrata, assim como a lógica, pois elas se estabelecem com base em suposições./
P.21-“As chamadas “ciências abstratas” são a lógica e a matemática. Elas são diferentes das ciências factuais (naturais ou humanas), porque os objetos com os quais trabalham não são entidades do mundo real, que possamos perceber através dos sentidos [...]”
P.21-/A matemática trata de objetos que não são reais, mas que podem ser associados a estes./
P.23-“O cientista factual usa como fonte de conhecimento, dados reais, eventos do mundo físico, biológico ou cultural, [...]”
P.23-/As ciências factuais são baseadas nos objetos que compõem a natureza, seja ela humana ou não, em geral, mas que é real./
P.25-“O matemático não precisa fazer observação nenhuma. Não precisa tampouco de informação originada no mundo exterior.”
P.25-/O matemático não pode ser influenciado pelo mundo exterior às ciências abstratas, ao desenvolver seus estudos./
P.28-“É necessário que você saiba com clareza que as sentenças da matemática pura independem da experiência, embora possam ser aplicadas a fatos do mundo real.”
P.28-/A matemática não necessita estar associada a situações reais para ser constatada e considerada verdadeira./
P.26-“O número, então, é um objeto abstrato. O físico usa números, em relação com certas grandezas. Ele fala de 3 quilogramas, de 220 volts etc. mas o numero mesmo é abstrato e só  existe como um objeto ideal.”
P.26-/O número é usado para representar objetos reais, como exemplo 3 quilômetros./
P28-“Temos, então, um critério inicial para marcar a diferença entre ciências abstratas e factuais. As ciências factuais (naturais e humanas) dizem respeito a objetos reais, empíricos, perceptíveis... Os objetos da matemática e a lógica são idéias, abstrações, objetos “mentais”...”
P28-/Resumindo, as ciências factuais tratam do mundo real e as abstratas, como o próprio nome diz, tratam de idéias e suposições./
P28-“Outra diferença entre as duas classes de ciência é dada pelos procedimentos empregados pelos cientistas. O cientista natural ou o cientista “humanólogo” lida com atividades muito práticas: coleta dados, faz observações, planeja experimentos etc. o cientista “abstrato” apenas pensa ou comunica suas idéias aos colegas, à comunidade cientifica e ao publico em geral.”
P28-/Por exemplo, se um cientista factual deseja descobrir porque ocorrem secas, ele fará observações práticas, experimentos e coletará dados para chegar à conclusões. Já se o matemático deseja descobrir o porquê da ocorrência de 2+2 ser igual a 4, ele simplesmente aplicará as sentenças matemáticas./
P.28-“Isto não implica que a matemática careça de vinculação com o mundo real. De fato, a matemática é a ciência que mais aplicações tem em todas as outras. São poucas as ciências que podem prescindir totalmente da matemática.”
P28-/Praticamente todas as ciências utilizam-se dos conceitos matemáticos, como exemplo a geografia que se baseia na matemática para desenvolver a cartografia, a estatística e outras de suas áreas./
P.29-“Uma terceira diferença é o método. O matemático e o lógico usam como único método para justificar suas afirmações a dedução.”
P.29-/O cientista abstrato não precisa ou não consegue provar com objetos reais que suas afirmações são verdadeiras./
P.29-“[...] se, numa certa teoria matemática, nós demonstra que uma determinada sentença é verdadeira, damos a ela o nome de teorema.”
P.29-/Teorema é qualquer teoria que prova que uma sentença é verdadeira./
P.31-“As ciências factuais são as ciências cujos objetivos são “fatos”, “fenômenos”, ou situações reais.”
P.31-/Um forte exemplo de ciência factual é a história que ao longo dos anos vem registrando os acontecimentos e transformações da humanidade./
P.33-“De qualquer maneira a diferença entre as ciências factuais e as abstratas é muito rígida. Os objetos das ciências factuais e suas propriedades (ainda que sejam propriedades muito “misteriosas” e dificilmente acessíveis) dependem de nosso contato com a realidade, de nossa experiência.”
P.33-/As ciências factuais às vezes não conseguem dar respostas convincentes à humanidade, sendo por isso, misteriosas e muitas vezes rejeitadas, elas necessitam de um contato direto com a natureza./
P.34-“[...] o cientista factual precisa de critérios para observar os fatos e escolher aquelas propriedades que possam ser interessantes para seus propósitos.”
P.34-/O cientista factual faz uma captação dos fatos e escolhe aqueles que interessam aos seus estudos./
P.36-“A ciência elabora o conhecimento a partir dos fatos. Estes podem ser fatos físicos, biológicos, psicológicos, sociais etc., mas são sempre fenômenos do mundo real.”
P.36-/A ciência tem que estar sempre ligada a fatos do mundo real./
P36-“O conhecimento científico depende da realidade, e, portanto, é suscetível de modificação, à medida que nosso conhecimento da realidade vai se aperfeiçoando.”
P.36-/O conhecimento científico está sujeito a constantes modificações, devido á grande evolução da realidade./
P.36-“As teorias científicas tencionam atingir certa confiabilidade. É freqüente dizer que “a ciência aspira a verdade”. Embora a verdade seja difícil de alcançar, as teorias pretendem se aproximar delas tanto quanto possível.”
P.36-/O objetivo principal das ciências é descobrir a verdade, ou ao menos tentar, para isso ela utiliza teorias./
P.36-“As ciências humanas também são ciências factuais, mas não se ocupam dos fenômenos puramente naturais. O interesse dominante nas ciências humanas são os fenômenos e atividades relacionados com o homem, a cultura, a sociedade e os elementos que fazem parte da comunicação, como a linguagem.”
P.36-/Enquanto as ciências naturais têm por objeto de estudo a natureza em si, as humanas têm como objeto de estudo o comportamento humano, de modo geral./
P.39-“[...] não devemos pensar que as ciências naturais e as humanas, apesar de terem pontos de contato, são idênticas. O homem e a sociedade não são mecanismos, e não seria correto tentar aplicar-lhes exatamente as mesmas técnicas que usamos no estudo da natureza.”
P.39-/O homem é visto de forma diferente diante das ciências naturais e factuais, se as naturais o vê como um animal as factuais o vê como um ser humano propriamente dito./
P42-“Uma das características da ciência, que permite organizar, comparar seus enunciados, testar suas verdades, é a existência de um método. A ciência tem um conjunto de procedimentos organizados para obter, compilar, relacionar e testar seus resultados.”
P42-/A ciência trata de muito conteúdo, que necessitou a criação de métodos para a organização desse conteúdo, de modo a facilitar seu acesso./
P.42-“Os antigos procuraram métodos de natureza diversa: métodos para demonstrar a verdade de sentenças, para construir figuras geométricas, para resolver problemas de álgebra, e assim por diante.”
P.42-/Ao longo dos tempos foram criados uma verdadeira infinidade de métodos, aplicados nas mais diversas áreas do conhecimento, com o objetivo de encontrar e provar a veracidade dos experimentos./
P.43-“Precisamente o empirismo inglês defende o abandono da lógica e a volta a experiência. Lembre que “empirismo” é uma palavra originada em “experiência”.”
P.43-/Os empíricos acreditam que somente a experiência pode provar a veracidade de determinado estudo./
P.43-“Em poucas palavras, a indução é o "processo” "inverso” da dedução. Na dedução, partimos de certas premissas e obtemos enunciados menos gerais ou, na melhor das hipóteses, da mesma generalidade. Deduzindo, nunca obtemos conclusões mais abrangentes do que as premissas.”
P.43-/As premissas servem de base para a conclusão de um raciocínio, sendo que elas normalmente serão mais abrangentes que a conclusão./
P.44-“A indução faz o caminho inverso. Um dos exemplos mais típicos de indução propostos por Bacon foi o da indução enumerativa, que consiste no exame, caso a caso, de certas propriedades. Depois, ele tira uma conclusão para a totalidade desses objetos.”
P.44-/A indução ocorre em situações em que as premissas são menos abrangentes que a conclusão./
P.46-“A analise lógica da linguagem na qual estão expostas as teorias cientificas permite unifica-las de maneira que exista um único método para todas as ciências.”
P.46-/A analise lógica é universalmente usada por todas as ciências, buscando técnicas que a façam de tal maneira./
P.46-“Observe que essa formulação da ciência feita pelos positivistas é muito rígida. Eles exigem que a forma externa de qualquer ciência, natural ou humana, seja tão exata e rigorosa quanto à das ciências matemáticas.”
P.46-/Para os positivistas as ciências factuais devem ser tão precisas quanto a matemática./
P.47-“Aceita-se usualmente que a  atividade cientifica esta dividida em duas áreas: uma, na qual o cientista obtém ou “descobre” seus resultados, chamada área de descoberta. Outra, na qual tenta justificar o que foi descoberto na anterior: a área de justificação.”
P.47-/Um exemplo: quando um geógrafo deseja descobrir o índice de acides de um solo, ele fará coletas, estudará o material e comparará com outros e tirará conclusões, na área da descoberta. Mas lhe resta justificar suas conclusões./
P.50-“Quando um cientista pretende fazer uma pesquisa, começa com uma certa “bagagem” de conhecimentos. Na ciência contemporânea já não existe pesquisa isolada. Mesmo a pesquisa individual está baseada numa formação anterior que o cientista já traz.”
P.50-/Na atualidade é necessário e indispensável bases pré-estabelecidas para o desenvolvimento do conhecimento em determinada área./
P.51-“A observação é comum a todas as ciências factuais, tanto naturais como humanas. Independe de ser possível ou não a experimentação.”
P.51-/As ciências factuais necessitam observar os fatos para iniciar os estudos sobre o assunto./
P.56-“Nos momentos de crise econômica, as classes médias tendem a posições de ultradireita.”
P.56-“Como será que eles puderam extrair essa “conclusão’”? É muito controvertido o método pelo qual o cientista tira conclusões gerais de fatos particulares.”
P.56-/O cientista busca detalhes mínimos para sustentar suas afirmações. Para alguns, vale a indução, porém, para outros ela não existe:/
P.56-“Para outros filósofos, a indução não existe. O que acontece é que o cientista, defrontando-se com muitos casos particulares, ”imagina” subitamente uma conjectura. [...] ele não induz a conjectura dos fatos, mas “inventa” ou “descobre” conjecturas [...]”
P.56-/As conjecturas são hipóteses, juízos ou opiniões sem fundamentos cientificamente aceitos./
P.57-“Essas conjecturas, obtidas por indução ou por qualquer outro modo, são as chamadas hipóteses.”
P.57-“Uma hipótese cientifica é um enunciado geral sobre uma classe de fatos.”
P.57-/O que o cientista deve anunciar na área da justificação é se a hipótese foi ou não aceita pela ‘sociedade científica’./
P.58-“Uma hipótese aceita é a hipótese que, seja porque foi fortemente testada, seja porque está apoiada por outras afirmações, tem uma grande chance de ser verdadeira.”
P.57-/Ou seja, aquela hipótese que apresenta dados comuns a outras, tem grandes chances de ser verdadeira./
P.58-“As hipóteses verdadeiras chamam-se leis cientificas. As leis constituem o “coração” das teorias cientificas. Além disso, elas servem para explicar porque acontecem certos fatos e para predizer fenômenos futuros.”
P.57-/Temos como exemplo a lei da inércia, elaborada por Newton, que explica por que sentimos um impulso quando estamos num veiculo que é freado, segundo a lei da inércia um corpo tende a permanecer na situação que se encontra./
P.58-“Em geral a verdade de uma lei cientifica é provisória. O que hoje aceitamos como verdadeiro pode ser “desmentido” por novas observações. Essa é a diferença maior entre as ciências factuais e as formais. [...]”
P.57-/As leis podem ser aprimoradas ou desmentidas ao longo de pesquisas posteriores, mais abrangentes./
P.59-“As duas áreas, descoberta e justificação, não estão isoladas, têm uma forte interação recíproca.”
P.59-/Ou seja, só pode chegar a uma justificação se houver um estudo e um estudo só será finalizado se for justificado./
P.59-“Quando o cientista começa uma pesquisa empírica na área da descoberta, tem consigo alguns elementos teóricos que lhe foram oferecidos pela tradição científica. Eles podem ser considerados componentes da área de justificação de outras teorias.”
P.59-/A justificação de teorias anteriores podem tornar-se objeto de estudos de novas pesquisas./
P.59-“Por sua vez , quando quer justificar uma hipótese já formulada, ele deve interagir, não apenas com outras hipóteses ou leis, mas também com a fonte empírica de seus conhecimentos, a realidade.”
P.59-/Para que se chegue a determinada justificação é necessário confrontar o conhecimento empírico e teórico com a realidade./
P.61-“Para as primeiras doutrinas de Popper, a ciência tem uma certa lógica da pesquisa, mas essa lógica  não inclui a  indução. O cientista obtém leis cientificas formulando conjecturas, e tentando confronta-las com a realidade.”
P.61-/O cientista tem que promover um confronto de suas hipóteses com a realidade./
P.62-“Uma teoria é um conjunto organizado de conhecimento cientifico, ou seja, é um conjunto dos “produtos” de nossa atividade de conhecer cientificamente. Mas os elementos desse conjunto não estão isolados, sem qualquer conexão. Pelo contrario, esses conhecimentos estão vinculados por certas relações. Especialmente lógicas.”
P.62-/A lógica estabelece certa relação entre os diversos conhecimentos de uma teoria para torna-la coerente./
P.63-“[...] as partes de uma teoria não são objetos avulsos. Elas mantêm relações lógicas, relações de definição etc.”
P.63-/Essa relação lógica é fundamental para o desenvolvimento de um conhecimento não contraditório./
P.64-“Nem sempre encontramos relações interessantes entre produtos do conhecimento cientifico. Outras vezes, é possível observar que dois ou mais conhecimentos são, em certo sentido, complementares. Outras vezes, ainda, podemos constatar que de um certo conhecimento A deduz-se outro B, ou que os dois são  incompatíveis, e assim em diante.”
P.64-/Várias são as relações possíveis entre mais de um conhecimento, eles podem, por exemplo, se confirmarem ou se desmentirem./
P.64-“[...] numa teoria, os conhecimentos expressos devem ter, na maioria dos casos, alguma conexão ou relações interessantes, nada impede pesquisar.”
P.64-/Como já foi mencionado anteriormente, teorias são conjuntos de conhecimentos, para essa teoria existir é preciso uma interação entre esses conhecimentos./
P.65-“Outra propriedade das teorias é que elas tratam de um campo do conhecimento mais ou menos homogêneo. [...]”
P.65-/Ou seja, as teorias tende a não seguir por um mesmo caminho, já que tratam de conteúdos diferentes./
P.65-“Parece natural exigir que uma teoria explique só os fenômenos de um mesmo campo da realidade. [...]”
P.65-/Mas elas podem ser mistas e tratar de mais de um campo, como a física-química, que se dedica tanto a questões químicas como físicas./
P.70-“[...] chamamos de teorias aos sistemas de leis, mais ou menos “grandes”, que podem explicar uma variedade ampla de fenômenos.”
P.70-/Existe uma inter-relação entre as teorias de dedução lógica, que muitas vezes acaba por servir de base para outras leis./
P.70-“[...] precisamos então do teste global da teoria, verificar se a teoria não contem nenhuma contradição.”
P.70-/Isso é fundamental para que a teoria seja aceita, pois se ela própria se contradiz, quem vai acreditar nela?/
P70-“Também é necessário que uma teoria seja fecunda. Ela pode ser Enrriquecida, acrescentando-se novas leis. [...]”
P.70-/Simplificando, uma teoria precisa se aperfeiçoar para adquirir credibilidade e argumentos que possam sustentá-la dentro do seu campo de aplicação./
P.71-“Explicações causais: explicam certos fatos, considerando-os como efeitos de certas causas.”
P.71-/Como exemplo: se soltarmos um corpo do alto de um prédio ele cairá, explicando: a terra tem uma força que atrai os objetos de sua superfície para seu eixo, a teoria usada para explicar foi a teoria de atração dos corpos./
P.72-“Explicações finalistas: explicam certos fatos, considerando que elas constituem a finalidade ou o objetivo de certas espécies biológicas, certas sociedades etc.”
P.72-/Como exemplo: o leão matou a lebre, segundo a teoria biológica do mais forte, o mais forte tende a sobreviver./
P.72-“As teorias que, numa certa época, foram aceitas com grande entusiasmo, tiveram depois graves dificuldades e passaram a se transformar em teorias novas, ou desapareceram totalmente.”
P.72-/O mundo passa por transformações constantes e radicais e aquele ou aquilo que não estiver disposto a acompanhar essas transformações se extinguirá, isso também vale para as teorias que tem que serem aprimoradas ou substituídas para atender as necessidades que eventualmente surgem./
P.72-“Uma teoria é continuamente submetida a testes, tanto teóricos quanto práticos, originados de suas aplicações tecnológicas. Há um certo  limite, fixado por cada comunidade cientifica e cada época histórica , depois do qual já não acreditamos mais que a teoria seja utilizável, [...] Nas ciências factuais, o conhecimento imutável e eterno é um simples ideal, não uma realidade.”
P.72-/Para assegurar a validade de uma teoria ela passa por uma série de testes necessários, que verificarão se ela ainda tem aplicações validas e confiáveis./
P.74-“Existem certas atividades essenciais na cultura humana, que não colocam grande ênfase no conhecimento (embora ele seja necessário para executá-las), mas em efeitos que influem em outras áreas da nossa sensibilidade.”
P.74-/Um caso corriqueiro é o esporte, em que o esportista não visa transmitir, criar  ou organizar nenhum conhecimento (mesmo tendo o conhecimento técnico), mas sim aplicar as técnicas às atividades./
P.75-“Já no começo destas notas, falar da relação entre ciência e senso comum. O conhecimento científico é metódico, e tem possibilidade de ser defrontado com a realidade Temos condições para aferir se ela é verdadeira ou falsa, pelo menos teoricamente.”
P.75-/O conhecimento científico permite e exige testes e descobertas conclusivas convincentes./
P.76-“Em meados dos anos 30 e depois da Segunda Guerra, tanto a corrente que chamamos positivista quanto muitas outras a ela relacionadas de maneira indireta ou direta, levantaram a “palavra de ordem” de que a ciência era a única forma racional de conhecimento.”
P.76-/Os positivistas acreditavam que somente a ciência compreendia um conhecimento racional./
P.77-“De fato, não existe regra de ouro para saber quando o conhecimento é ou não cientifico. Em nossa época, aceitamos como científicos as conhecimentos que satisfazem, aproximadamente, às exigências enunciadas antes [...]”
P.77-/Hoje a área do conhecimento é tão ampla que se confunde aquilo que é científico com aquilo que é do senso comum./
P.80-“Em certas épocas históricas, a “ideologia” foi apresentada como uma visão do mundo. Uma ideologia era um conjunto de crenças políticas, sociais, éticos que fixavam certos padrões dentro dos quais podia se desenvolver a conduta de uma pessoa ou uma classe social.”
P.80-/A história mostra que os homens sempre procuraram a dominação dos seus semelhantes, para tanto desenvolveram as tais “ideologias padrões” que colocava o homem diante de uma ‘obrigação de conduta’./
P.81-“A ciência seria, especialmente no caso das ciências sociais, o conhecimento real, objetivo, verdadeiro. Por sua vez, a ideologia seria o conhecimento ilusório, produzido por nossos condicionamentos de classe e situação social, e, portanto, carentes da objetividade da ciência.”
P.81-/Enquanto ciência é o conhecimento provado e comprovado, a ideologia é produto da cultura, “mentiroso”./
P.82-“[...] a ideologia fixaria nosso projeto de homem, de sociedade e de vida, e a ciência daria os métodos para realizá-las.”
P.82-/A ideologia seria o objetivo, enquanto a ciência seria o caminho a ser percorrido para se alcançar este objetivo./
P.83-“Mesmo sem renunciar a nossas ideologias particulares, podemos ignorar ao reduzir as influencias ideológicas para produzir resultados cientificamente objetivos. [...] Contudo, essas ciências e muitas outras podem ser usadas para informatizar a guerra, criar o desemprego através da robotização, produzir, transtornos nas espécies biológicas e auxiliar a construção de bombas.”
P.83-/Às vezes é necessário que o cientista abandone suas ideologias particulares para criar um conhecimento verdadeiramente objetivo. O conhecimento sobre determinado assunto pode ser usado para fins diversos, desde sua aplicação na medicina para salvar vidas até sua aplicação na guerra para tirar vidas./
P.84-“Mas esse não é um argumento para o confronto ciência-ideologia. Pelo contrario, é um apelo para o cientista se engajar na defesa dos interesses da humanidade e no combate contra o emprego criminoso de suas próprias descobertas.”
P.84-/Justamente por isso que o cientista tem que encontrar meios de unir o “útil ao agradável” para tirar os melhores resultados possíveis, ao bem da humanidade./
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