| Publicado por Rodrigo Sousa em: 7 de janeiro de 2013 |
1.INTRODUÇÃO
A meteorologia é a ciência responsável pela aquisição de dados sobre o tempo, por meio de experiências, observações e de métodos científicos, utilizando ou não instrumentos, com o fim maior de dar suporte técnico e científico ao conhecimento a respeito das condições climáticas locais e/ou globais que, por meio de uma rede de estações, satélites e observadores colhe e trabalha diariamente dados de praticamente toda a atmosfera terrestre.
Antes de mais nada é de fundamental importância conceituarmos o que vem a ser o tempo atmosférico, apoiado em Albert Baldt, citado por Borsato (2000), “Tempo é o conjunto de valores que, em um momento dado e em um lugar determinado, caracteriza o estado atmosférico”, perspectiva sob a qual estaremos apoiados, quando nos referimos ao tempo atmosférico.
Este trabalho tem por objetivo relatar os procedimentos de coleta de dados realizado por estações meteorológicas, bem como os equipamentos utilizados, buscando identificar ainda, a importância que tais dados assumem na tomada de decisões e na produção do conhecimento geográfico.
Os procedimentos e equipamentos relatados puderam ser observados na prática do cotidiano da Estação Meteorológica de Sobral, perante aula de campo da disciplina de climatologia I.
Figura
01: Estação
Meteorológica de Sobral.
Uma
estação meteorológica consiste em um ambiente que reúne um conjunto de
equipamentos de coleta de dados meteorológicos, como termômetros e barômetros,
são interligadas a um sistema, formando uma rede de estações.
Os equipamentos meteorológicos são os
responsáveis pelo monitoramento das condições do tempo atmosférico, a exemplo
temos o termômetro, o barômetro e o pluviômetro.
Por padronização cada equipamento é
montado sob uma base de concreto e a uma altura em relação ao solo determinada.
É importante ainda ressaltar a necessidade de observação do ambiente no momento
da leitura das informações, pois em situações eventuais como queimadas, o
resultado dos dados poderão ser deformados.
O abrigo apresenta paredes de madeira, porta e fundo de
dupla persiana, favorecendo a ventilação interior e impedindo que a radiação
solar afete os instrumentos colocados no seu interior. São pintados de branco
para aumentar a reflexão dos raios solares.
Dentro do abrigo os instrumentos normalmente encontrados
são:
A - Termômetros
de Máxima e Mínima - Indicam as temperaturas máxima e mínima do
ar (°C), ocorridas no dia.
B - Termohigrógrafo -
Registra, simultaneamente, a temperatura (°C) e a umidade relativa do ar (%).
C - Psicrômetro -
Mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em porcentagem (%).
Compõe-se de dois termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo
seco, e outro com o bulbo envolvido em gaze ou cadarço de algodão mantido
constantemente molhado, denominado termômetro de bulbo úmido.
D - Evaporímetro
de Piche - Mede a evaporação - em mililitro (ml) ou em milímetros
de água evaporada - a partir de uma superfície porosa, mantida permanentemente
umedecida por água.
O pluviômetro é mais utilizado aparelho na medição da
quantidade de precipitação em determinado ponto, devido à simplicidade de sua
instalação, operação e custo. No pluviômetro é lida a altura total de água
precipitada, ou seja, a lâmina acumulada durante a precipitação sendo que seus
registros são sempre fornecidos em milímetros por dia ou em milímetros por
chuva, com anotação dos mesmos, sua área de receptação da chuva é
correspondente a 400mm2, instalada a 1,5 metros de altura.
A constituição de pluviômetro é bastante simples, sendo
composto por
O índice pluviométrico consiste no somatório da
precipitação num determinado local durante um periodo de tempo estabelecido.
O pluviógrafo é comumente encontrado nas estações
meteorológicas e com a finalidade de registrar a intensidade de precipitação, ou
seja, a variação da altura da agua da chuva chuva acumulada com o tempo. Este
aparelho registra em uma fita de papel em modelo apropriado, simultaneamente, a
quantidade e a duração da precipitação.
Um pluviógrafo é constituído de duas partes principais, um
elemento receptor e um elemento registrador. O receptor é semelhante ao de um
pluviômetro comum, apenas, quanto a superfície receptora que é de 200cm2, ou
seja, a metade da área do pluviômetro. O elemento registrador consta de um
cilindro oco, dentro do qual fica instalado um equipamento de relojoaria que
faz girar um pequeno carretel situado sob o fundo do cilindro. Este cilindro
gira uma volta completa em 24 horas, o que permite a mudança diária do papel
com os registros de precipitações ocorridos, bem como o arquivamento contínuo
para possíveis consultas futuras dos dados registrados.
Figura
07: Pluviógrafo
– Partes constituintes.
Na figura acima temos os componentes que dão funcionam da
seguinte maneira:
“Durante
uma precipitação sobre o receptor a água escorre por um funil metálico 2, até o
cilindro de acumulação 3. Neste cilindro encontra-se instalado um flutuador 4
ligado por uma haste vertical 6 a um suporte horizontal 9, que por sua vez
possui em sua extremidade uma pena 8 que imprime sobre o papel do cilindro de
gravação 5 a altura acumulada de água no cilindro de acumulação 3. Deste
último, também parte um sifão 11 que servirá para esgotamento da água quando
esta atingir uma altura máxima, despejando o volume sifonado em um vasilhame 10
localizado na parte inferior da instalação. Essa altura máxima é função da
capacidade de registro vertical no papel, ou seja, quando a pena atinge a
margem limite do papel, imediatamente ocorre o esgotamento, possibilitando que
a pena volte a margem inicial continuando o registro acumulado.” FERNANDES, 2012.
É o instrumento responsável por registrar continuamente
as variações da intensidade da radiação solar global, em cal.cm².mm¹, ou
seja, marca a quantidade de insolação por dia em determinado ponto.
Heliógrafo
O heliógrafo é o instrumento responsável por registrar a
insolação ou a duração do brilho solar, em horas e décimos ao longo do dia.
Sua constituição é bastante simples, baseado em uma
esfera de vidro(cristal) que concentra a radiação solar e com o mesmo efeito de
uma lupa queima a fita de papel que fica abaixo da esfera, esta fita tem uma
escala que é possível observar a quantidade de radiação diária, é importante
ressaltar que são três os tipos de fitas, uma para cada época do ano, com
formato e escala diferenciadas para corrigir o ângulo de radiação solar e
apresentar os dados mais corretamente possível.
Mede a velocidade do vento (em m/s) em um dado momento,
em alguns tipos, também é possível a medição da direção (em graus).
Sua constituição é bastante simples, baseada em um
sistema de conchas que giram em um eixo, impulsionadas pelo vento, o eixo é
interligado a um dispositivo que estabelece a velocidade do vento em m/s.
O tanque de evaporação, como o nome indica, mede a
evaporação efectiva, isto é, a quantidade de água que uma massa liquida com
exposição ao ar livre perde, através da sua superfície, e convertido em vapor,
durante um certo período de tempo.
Este instrumento apresenta forma cilíndrica, de 25.4 cm
de profundidade e 120.7 cm de diâmetro, de construção metálica.
Instrumento responsável por medir a pressão atmosférica
em coluna de milímetros de mercúrio (mm Hg) e em hectopascal (hPa), seu
principio de funcionamento é baseado na dilatação dos corpos ou retração quando
submetidos a forças, no caso a força da atmosfera.
Instrumento que registra continuamente a pressão
atmosférica - em milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em hectopascal (hPa), numa
escala maior que a do Barógrafo, registrando as menores variações de pressão, o
que lhe confere maior precisão, seu princípio de funcionamento é semelhante ao
do barômetro, sendo acrescido de um dispositivo de relojoaria que permite o
registro contínuo em papel escalonado.
Com as novas tecnologias as medições
meteorológicas não poderiam ser indiferentes, na estação visitada existem tanto
uma estação analógica como uma automática,
Enquanto uma estação meteorológica convencional é
composta de vários sensores isolados que registram continuamente os parâmetros
meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar,
precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que são
lidos e anotados por um observador a cada intervalo e este os envia a um centro
coletor por um meio de comunicação qualquer, uma estação meteorológica automática
é composta de uma unidade de memória central ligada a vários sensores dos
parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa
do ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que
integra os valores observados minuto a minuto e os envia automaticamente a cada
hora.
Os principais órgãos que operam o
sistema de monitoramento meteorologico do Brasil que mantêm uma rede de
observação em nível nacional são: O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; o Departamento de
Controle do Espaço Aéreo (DECEA) do Comando da Aeronáutica e a Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN) do Comando da Marinha, ambos do Ministério da
Defesa, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Ministério da
Ciência e Tecnologia (INPE).
Os dados ficam então a serviço da
sociedade militar, administrativa e cidadãos de modo geral, para pesquisa em
sites como o site do INMET, no qual é possível observar os dados colhidos ao
longo de vários anos.
As estações meteorológicas
representam uma base de coleta de dados a serem estudados, analisados e
interpretados pela ciência e pela sociedade, não podendo ser tidas como simples
ambiente experimental, mas, ressalto, como base do conhecimento e, que assim
sendo devem ser tidas também como prioridades em muitas tomadas de decisões.
É importante ressaltar que a
tecnologia é fundamental nos dias atuais, mas que não são perfeitas e, assim
sendo não podem substituir os equipamentos analógicos, que podem até não ser
tão precisos, ágeis ou cômodos, mas que mantêm seu valor, muitas vezes não
reconhecido.
BORSATO,
Victor da Assunssão. A climatologia
dinâmica e o ensino da geografia no segundo grau: uma aproximação ao
problema. Revista GeoNotas. Vol. 4.
Nº.1. ISSN: 1415-0646. 2000.
FERNANDES,
Carlos. Microdrenagem. Disponível
em: . Acesso em:
17-05-2012.
INSTITUTO
NACIONAL DE METEOROLOGIA. Instrumentos
Meteoroló-gicos. Disponível em: < http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia-/instrumentos/index.html>.
Acesso em: 17-05-2012.
Instrumentos Meteorológicos
Convencionais Disponível em: < http://www2.-fis.ua.pt/torre/Semana%20Aberta%20da%20C&T/instrumentos%20Estacao.pdf>.
Acesso em: 17-05-2012.
VENTURINI,
Luis Antônio Bittar (Org.). Praticando
Geografia: Técnicas de campo e laboratório. Oficina de textos: São Paulo,
2005.