| Publicado por Rodrigo Sousa em: 29 de novembro de 2012 |
Tentamos expor abaixo um panorama bem resumido do desenvolvimento da Geografia Urbana e dos principais temas discutidos por esta vertente da GEOGRAFIA.centro de vitória (ES)-1967 |
PONTUANDO UMA INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE GEOGRAFIA URBANA
VIRGINIA HOLANDA
O inicio dos estudos de geografia urbana dá se no fim do
século xix;
Augusto Conte elaborou uma discussão sobre divisão do trabalho científico, buscando construir leis gerais;
Nos anos 30 surgem preocupações com um sistema complexo no qual está a cidade, entretanto preocupada sobretudo com o planejamento; Surgem os conceitos de lugar central e hierarquia urbana;
Pós década de 50, surge a busca da logica da acumulação capitalista, lutas de classe, espaço social, relações de produção;
Após a década de 70 vê-se um ápice na geografia urbana, com as contribuições maxistas de David Harvey, Pierre George, Manuell Caslells. No Brasil se destaca Milton Santos, Maria Adélia, Roberto Lobato, Ana Fani.
- Essa nova preocupação se dá com o crescimento da urbanização nos países subdesenvolvidos
- Influencia também a introdução da industrialização, como processo social complexo;
Grupos de momentos da Geografia urbana:
Inicialmente a geografia urbana era analizada de forma descritiva, mesmo que buscasse entender a reprodução capitalista;
Após 70 busca-se estudar a cidade como a o capitalismo molda a organização e consciência dos moradores da cidade, baseados em Harvey e a cidade como reprodução para força de trabalho;
Com as contribuições a partir de 70 o espaço passa a ser estudado como social;
Ao mesmo tempo que a cidade pode ser tida como processo histórico, configurado de acordo com seus processos; ela tem que ser estudada em interpretação global, urbana, ou seja uma característica mundial;
A MUDANÇA DE
PARADIGMA EM SOCIOLOGIA URBANA:DO PARADIGMA ECOLÓGICO AO SOCIOESPACIAL
LUCAS CONKEN
Thomas Kuhn define o paradigma como aquilo que une os
membros de uma comunidade científica;
Paradigmas surgem, são confrontados e substituídos por outros;
O paradigma ecológico:
Surgido na escola de Chicago, tendo como discussão principal a coesão social na cidade moderna.
Caracteristica principal: vincula sua visão ecológica do comportamento humano na cidade,
- · assim a cidade se define como uma ordem natural, como os ambientes que trata a biologia;
- · a diferença é que o homem seleciona seu habitat e o adapta;
Esses estudiosos acreditavam na capacidade da sociedade de superar os seus problemas sociais, sendo momentâneos pela desorganização social;
Assim o espaço urbano tenderia a reorganizar-se de forma a prevalecer a maioria étnica, cultural e valores sociais;
- · Analisa o individuo;
- · Comunidade como diferenciação funcional;
- · A comunidade tende a desenvolver-se pela adaptação;
- · Os indivíduos competem e os mais adaptados assumem o controle;
- · Mudanças sociais originadas fora da comunidade;
- · Desenvolvimento social como busca de equilíbrio;
Esse conhecimento representou verdadeiro prato cheio para os
governantes estatais, pois lhes era condizente;
O paradigma socioespacial:
Embasado nos conhecimentos herdados de Marx, além de Manuel
Castells e David Harvey e Lefebvre;
Os três autores tencionam-se aos conflitos sociais no espaço urbano, o capitalismo no meio urbano, são as lutas sociais que transformam o espaço urbano.
O espaço é espelho das relações sociais e fonte de dinâmicas sociais;
- · Acumulação do capital e exploração da força de trabalho;
- · Mudanças no urbano adivindas da reprodução da força de trabalho e capital-estado.
- · O desenvolvimento social instável desencadeia senso político que levam a mudanças;
Lefebvre, Castells e Harvey:
Para Lefebvre somente a pressão social de baixo para cima
levarão a uma distribuição mais igualitária dos recursos sociais;
Para Lefebvre:
- 1. Espaços de representação (vivenciados), simbolismo individual e coletivo, como imagens, desejos, sonhos em relação ao espaço;
- 2. Representações do espaço (concebido), espaço real concebido por urbanistas, arquitetos....
- 3. Prática espacial (percebido), ações e discursos empiricamente construídos.
Para castells a cidade é um espaço de reprodução e consumo,
antes que produção.
Castells confronta as práticas estatais e a resistência dos atores coletivos;
Harvey vem falar dos espaços coletivos apropriados pelos agentes privados, sobretudo pela relação trabalho-capital;
Para Harvey a cidade é local de luta de classe e centro da acumulação de capital;
Discute também a guerra entre as cidades em busca de atrair o empreendimento privado;
A URBANIZAÇÃO
BRASILEIRA
MILTON SANTOS
Milton Santos vem falar a respeito macrocefalia das cidades
milionárias, cidades intermediarias e cidades locais;
Cada vez mais são presentes as metrópoles, mas crescem em um ritmo inferior ao ritmo das cidades agrícolas e regionais;
A cidade é pensada ideologicamente e materialmente para tornar os pobres cada vez mais pobres;
Hoje a população urbana aproxima-se de 80% do total;
CAPITALISMO E
URBANIZAÇÃO
MARIA ENCARNAÇÃO SPOSITO
A urbanização pré-capitalista
A urbanização como processo e a cidade como forma
concretizada deste processo;
---paleolítico: a cidade dos mortos antecede a cidade dos
vivos;
---mesolitico: domesticação e agricultura (revolução
agrícola);
---neolitico: surgimento das aldeias, sendo que a aldeia é
apenas um aglomerado de agricultores, não podendo ser considerada cidade,
inicia-se a diferenciação do trabalho; àO
caçador passa a assumir papel politico e organizador dos aldeões, dando bases
para a organização das estruturas políticas das cidades;
---Antiguidade: localizadas em vales, a elite no centro, grandes cidades americanas, aperfeiçoamento dos sistemas econômicos e administrativo no impero romano;
---Europa idade media: desarticulação da rede urbana com a queda do império romano;
A urbanização sob o capitalismo:
Com o fim do período feudal proliferam as cidades, sobretudo devido a reativação do comercio;
A cidade teve fundamental importância na queda do feudalismo, uma vez onde se organizavam as formas de comercio;
Com os sistemas absolutistas incentivou o comercio com a expansão marítima e consequentemente o desenvolvimento de cidades;
A industrialização e urbanização
Surge a primeira fase do capitalismo comercial, permitiu a acumulação primitiva, mas não havia o trabalho assalariado predominante;
Com a revolução industrial, o controle mais assirado da produção e predominância do trabalho assalariado, o capitalismo passa a reproduzir-se e expandir-se;
Destaca-se a pratica da mais valia;
A revolução se efetivou com o surgimento das máquinas;
GLOBALIZAÇÃO E
CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA EM CIDADES BRASILEIRAS
MARIA LAURA SILVEIRA
àcircuito
superior: atividades modernas, vinculadas a exportação;
àcircuito inferior: fabricação intensiva do trabalho e não modernas;
àcircuito superior marginal: formas mistas de trabalhos herdados inseridos nas atividades modernas;
Cidade como totalidade, feita de coisas e pessoas, objetos e relações, formas e ações, em movimento desingual e combinado, em dinâmica de cooperação e conflito;
A concentração da produção nas mãos de grandes empresas;
O motor da acumulação capitalista é sobretudo a mais valia;
A valorização e desvalorização dos pedaços da cidade;
Assim o mercados se dissemina pela cidade, derrubando a teoria dos lugares centrais;
O circuito inferior não é um freio na modernização, mas sim seu resultado, surge o circuito superior marginal devido a relevância que adquire a circulação;
A questão da organização periférica da cidade em torno dos “centros utópicos”;
A especialização do trabalho na cidade atrai um circuito superior marginal emergente, com crescente numero de pequenas e medias empresas modernas,;
Observação: Nesta publicação faço uma sintese de alguns dos mais importantes textos discutidos em Geografia dos temas urbanos.