RELATÓRIO DE EXPEDIÇÃO: ESTUDO INTEGRADO DO MÉDIO E BAIXO CURSO DO RIO ACARAÚ

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 13 de setembro de 2013 |

Relatório de expedição ao longo do médio e baixo curso do rio Acaraú, no dia 18 de abril de 2013, apresentado às disciplinas de biogeografia e domínio das paisagens naturais, como quesito para a 3ª avaliação parcial, curso de Geografia, Centro de Ciências Humanas, Universidade Estadual Vale do Acaraú.

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NOTAS DE ESTUDO SOBRE BIOGEOGRAFIA

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 9 de setembro de 2013 |

A BIOGEOGRAFIA
Biogeografia florística faunística: Estuda a localização e distribuição de espécies no espaço;
Biogeografia sociológica: Estuda espécies que ocorrem em determinados ecossistemas;
Biogeografia histórica ou evolutiva: causas da atual distribuição;
Biogeografia fisionômica: observa a expressão de características dos seres vivos;



1.1.Definição
Eihai: Biogeografia como estudo das plantas e animais sobre a superfície da terra (não menciona a dinamicidade).
Mueller: Estudo da distribuição dos organismos na paisagem.
Troppmair: Estuda as interações, organização e processos espaciais do presente e do passado, dando ênfase aos seres vivos que habitam determinado espaço.
OBJETO: Seres vivos;
OBJETIVO: Estudar os seres vivos;
ESCALAS DE ANÁLISES:
·         Célula: menor parte;
·         Individuo: sistema biótico com anatomia;
·         População: conjunto de indivíduos da mesma espécie;
·         Comunidade: grupo de populações em um mesmo local;
·         Ecossistema: comunidade integrada com seu meio;
SUBDIVISÕES DA BIOGEOGRAFIA:
·         Fitogeografia: Enfoque nos vegetais;
·         Zoogeografia: Enfoque nos animais;
·         Biogeografia florística faunística: Estuda a localização e distribuição de espécies no espaço;
·         Biogeografia sociológica: Estuda espécies que ocorrem em determinados ecossistemas;
·         Biogeografia histórica ou evolutiva: causas da atual distribuição;
·         Biogeografia fisionômica: observa a expressão de características dos seres vivos;
·         Biogeografia econômica: o valor do aproveitamento econômico das espécies;
·         Biogeografia regional: estuda a ocorrência das espécies em determinadas regiões;
·         Biogeografia médica: distribuição de pragas;
·         Biogeografia insular: dinâmica das espécies de uma ilha;
·         Biogeografia ecológica: estuda a relação dos seres vivos com as condições geoecológicas de determinado ambiente;
·         Biogeografia antrópica: estuda a influencia do homem no ambiente;
ECOLOGIA
Estuda as condições dos seres vivos e as condições do meio;
Odum: ”A ecologia é o estudo do habitat dos seres vivos.”
Seu OBJETIVO se concentra nos fluxos de energia, produção das comunidades e dinâmica das populações.
BIOGEOGRAFIA E ECOLOGIA
A biogeografia sempre inclui o componente espacial.
MEIO AMBIENTE
“É o complexo de elementos e fatores físicos e químicos, biológicos e sociais que interagem entre si com reflexos recíprocos afetando de forma direta e visível nos seres vivos.”
Ecologia holística: percebe o ambiente e seres vivos de forma integral.

1.2.Biogeografia: histórico
Theophrasto Mágno já observou o crescimento das plantas sob influencia do clima.
Francisco de Assis, Alberto magno, Leonardo da Vinci, são alguns nomes que prescederam os estudos da flora e da fauna.
SEC. XVI a XVIII
As grandes navegações como possibilitadora de outras paisagens.
Alguns destes navegadores, Colombo, Pe. Manuel da Nóbrega, Carlos França, entre outros descreveram a flora e fauna do novo mundo.
Destaque a BUFFON que propôs a existência de pontes  intercontinentais que proporcionavam a locomoção de animais entre continentes.
FABRICIUS, divide o mundo em 8 regiões faunísticas (1808).
BIOGEOGRAFIA ECOLÓGICA
No início dos estudos científicos sobre fauna e flora, o enfoque era ecológico entretanto era recorrente a tomada do espaço nestes estudos.
ALEXANDER VON HUMBOLDT, naturalista importante nesses estudos.
DARWIN é outro renomado pesquisador, estudou as relações entre faunas de diversas regiões.
SEC. XX
Vale destacar sobretudo o surgimento das perspectivas sistêmicas e integradas na geografia ecológica e as bases para a biogeografia.

1.3.Evolução dos estudos no Brasil
NATURALISTAS VIAJANTES
Surge com a vinda de naturalistas europeus, como Humboldt entre outros, deixando aqui trabalhos e seguidores científicos.
A BIOGEOGRAFIA DE ESPAÇOS
A geografia passa adquirir maior caráter regional, por pesquisadores como WAPPEUS.
Começam a surgir estudos com perspectivas estaduais no Brasil, nas décadas de 1920 a 1950.
A BIOGEOGRAFIA CIENTÍFICA
A faculdade de filosofia da usp em 1934 permite uma institucionalização da ciência. Vale destacar AB’saber desta universidade.
BIOGEOGRAFIA ATUAL
Destacam se grandes geógrafos como ab’saber, troppmair, vasconcelos sobrinho, nos ambientes mais distintos do país.

A BIOGEOGRAFIA E OS SERES VIVOS
2.1. A biosfera
ENERGIA E FLUXOS
A BIOSFERA é o espaço onde se localiza as formas de vida na terra (+-20km), de forma contínua.
A principal FONTE DE ENERGIA é o SOL. A sua distribuição diferenciada na terra influencia no clima, no solo e por fim nos seres vivos.
Esta energia influi diretamente na produção de fotossíntese, logo participa de todos os demais processos de transformação de energia.
A matéria orgânica vegetal conhecida como FITOMASSA é energia acumulada que pode ser transferida para os animais pela cadeia trófica.
O CICLO DO CARBONO

O carbono é capturado pelas plantas e transformado em carboidrato, que serve de alimento para os animais, e libera CO2.
10% da fitomassa passa para os herbívoros;
10% da energia dos herbívoros passa para os carnívoros;
Em qualquer nível, se houver morte, os decompositores reintegram a matéria ao ciclo;
Outro elemento que retorna o CO2 à atmosfera é a respiração, transpiração de plantas, animais e solo e a queima de matéria fóssil.

CICLO DO NITROGENIO
            O nitrogênio encontrado de forma gazosa introduz-se nos ecossistemas pela fixação biológica (realizado pelas plantas) ou pela fixação industrial (adubo), a nitrificação industrial sobrecarrega o ambiente, causando EUTROFIZAÇÃO dos ambientes aquáticos.

CICLO DO OXIGÊNIO
            O oxigênio é um produto da fotossíntese, combina-se com outros elementos voltando a atmosfera em forma de CO.

CICLO DA ÁGUA
A água está presente em rios, riachos, lagos, lagoas, no solo, no mar e na atmosfera, por meio da energia solar, ocorre a evaporação, pelas baixas temperaturas na atmosfera se condensa e precipita pela ação da gravidade voltando aos mares, oceanos, rios, lagoas.... neste processo ela pode evaporar novamente, escoar ou infiltrar-se no solo.


2.2. Classificação geral dos seres vivos
A FLORA E A FAUNA
Devido a grande quantidade de espécies é necessário classifica-las.
Existem as classificações artificial (considera o ambiente da espécie) e naturais (considera suas características).
CLASSIFICAÇÕES ARTIFICIAIS
-usadas por geógrafos –baseada em características fisionômicas
Exemplos:
a)    Classificação quanto ao TAMANHO (ervas, subarbustos, arbustos e arvores pequenas, médias ou grandes)
b)    ASPECTO BIOLÓGICO (fanerófitos(vegetais que se adaptam as condições desfavoráveis), caméfitos (vegetais redução de tamanho para adaptar-se ao ambiente), hemicriptófitos(permanecem junto ao solo), terrofitos(plantas que permanecem sob forma de sementes em parte do ano))
c)    FISIONÔMICA (usa letras para classificar, as maiúsculas indica vegetação arbórea ou herbácea, as minúsculas indicam a altura, densidade e caráter espacial. Já a fauna se divide em macro, meso e microfauna de acordo com o tamanho)
CLASSIFICAÇÕES NATURAIS
            Empregadas por botamicos, zoólogos, ecologios e geógrafos, estabelecendo uma nomenclatura universal, binomial com regras rígidas.
-o nome deve ser latino;
Todo ser vivo deve ter dois nomes, sendo o gênero e a espécie;
O gênero é um substantivo e a espécie um adjetivo.
Um terceiro nome pode identificar a variedade.

Espécie – garante a reprodução dos indivíduos;
Gênero – conjunto de espécies semelhantes;
Família – conjunto de gêneros semelhantes;
Assim segue, ordem, classe, divisão, filo, reino.
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS SERES VIVOS
Plantas
1-    Unicelulares
1.1-               Bactérias (algas verdes-azuis, algas verdes...)
2-    Vegetais pluricelulares
2.1- talófitas: não possuem raízes, caule, folhas, apenas talo;
2.2- algas: possuem clorofila;
2.3- fungos: sem clorofila, sapróftitos e parasitas;
2.4- líquens: simbiose de algas e fungos;
3- Briótitos: vegetais não vasculares, sem raízes, com talo e folhas
3.1- hepáticas:com talo verde
3.2- musgos: com talo, rizoides e folhas, de forma espiral no caule de forma como tapetes;
4- Pteridófitos:plantas vasculares com raízes, talo e folhas, sem flores e sementes.
5- Espermatofitos: vegetais com flores e sementes.
5.1- Gimnospermas: porte arbóreo com sementes descobertas (pinheiro, araucária);
5.2- Angiospermas: sementes abrigadas por camadas protetoras, onde origina os frutos.
Animais
            Invertebrados (não possuem esqueleto interno)
1.    Coelenterata: aquáticos com corpo em forma de saco.
2.    Platalmintos: vermes achatados;
3.    Nematoides: vermes cilíndricos;
4.    Anelídeos: animais com corpo segmentado;
5.    Artrópedes: revestimento externo resistente, apêndices articulares, corpo segmentado, respiração traqueal;
6.    Crustáceos: animais aquáticos, exoesqueleto, com cefalotórax e abdômen, dois pares de antenas, cinco ou mais de pernas, respiração branqueal;
7.    Miriapodos: cabeça e muitos segmentos, dentopéia.
8.    Aracnídeos: terrestres, cefalotórax e abdomem, 4 pares de pernas....
9.    Insetos: corpo envolvido por cutícula quitinosa, cabeça, tórax e abdômen.
10.  Moluscos: animais terrestres e aquáticos, corpo mole, protegido por conchas.
11.  Equinodermata: ouriço e estrela do mar;
Vertebrados:
1.    Peixes: aquáticos, respiração branqueasl, esqueleto ósseo, escamas...
2.    Anfíbios: terrestres e aquáticos, pelos, pentadáctilos membrana entreos dedos;
3.    Repteis: originam-se dos anfíbios, protegido kpor escamas ou carapaças, pele seca., rastejam, respiração pulmonar, botam ovos.
4.    Aves: terrestres, temperatura do corpo constante, asas, bípedes, bico, penas.

5.    Mamíferos: animais homotérmicos, glândulas mamáreas, respiração pulmonar.

EESCRITO POR RODRIGO SOUSA EM ABRIL DE 2013
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RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO: OS RECURSOS HIDRÍCOS NO SISTEMA URBANO DE SOBRAL – CE

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 8 de setembro de 2013 |

Relatório de aula de campo no sistema urbano de Sobral, no dia 06 de abril de 2013, apresentado à disciplina de biogeografia, como quesito para obtenção da 2ª avaliação parcial, curso de Geografia, Centro de Ciências Humanas, Universidade Estadual Vale do Acaraú.

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RESENHA: CORRENTES DE PENSAMENTO DA GEOGRAFIA POLITICA AMERICANA E SUA INFLUÊNCIA NA GEOPOLÍTICA MILITAR BRASILEIRA

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 7 de setembro de 2013 |


Não é novidade que a partir das décadas de 30 e 40 a geopolítica assume papel de fundamental importância na organização estratégica do poder de alguns Estados como Espanha e Itália, ou como ferramenta que justificasse as ações, ainda fortemente influenciada pelos percussores que geraram suas bases, como Mahan e Kgellen.

No Brasil e nos demais países da américa latina, a geopolítica chega de uma forma meio que forçada, sobretudo pela forte influencia norte-americana nas tomadas de decisões do Estado brasileiro, ou seja, existe todo um processo histórico, tendo como cenário a acessão dos Estados Unidos à condição de potencia mundial e sua entrada na segunda guerra mundial como protagonista de uma história de imposição de terror ou mesmo da busca de aliados políticos e econômicos, que o tornasse poderoso ideologicamente e onipresente nas relações entre nações.

Diante de tudo isso, os cidadãos residentes nos Estados Unidos são convocados de forma subjetiva a contribuir com o desenvolvimento do seu país, de forma a prestar os serviços que tinha com as ferramentas que dispunham, com a Geografia não foi diferente, os geógrafos contribuíram no desenvolvimento teórico que grandemente auxiliou o desenvolvimento de estratégias de dominação e imposição do poder, ou simplesmente, justificavam as mesmas estratégias. Assim, autores como Spykman e Aron, sobretudo Spykman, por ter produzido mais organizadamente, contribuíram desenvolvendo uma base teórica que discutia pontos como:


  •  Países como Estados Unidos dispõem de uma predisposição intrínseca à dominação e esta dominação é entendida como estratégia de defesa;
  •  O distanciamento da Europa, bem como seu desenvolvimento industrial foram marcantes e diretamente influenciadores na sua acessão à potência;
  • Mais especificamente N. Spykman, se destaca por propor estratégias aos Estados Unidos, como:

  •  Estabelecimento de boas relações exteriores;
  •  Qualquer estratégia de um aliado aos Estados Unidos deve aceitar sua condição de subordinação;
  • Os conflitos não são entendidos como desordem, mas como reordenamento;
  • O poder assume caráter de capacidade de influencia sobre os demais Estados;
  •  A ofensiva diplomática e comercial sobre os Estados é tão importante quanto à ofensiva militar;

Assim se configurou a primeira fase da Geopolítica nas américas.

No Brasil, apesar de não existir ainda hoje uma linha bem definida de Geografia política, existem diversos autores e trabalhos que discutem seus temas, entretanto a geopolítica sempre foi de grande interesse no Brasil, baseada sobretudo em autores como Ratzel e Mackinder, vale destacar que esta geopolítica foi desenvolvida sobretudo pelos militares, portanto, fortemente influenciada pelas ideologias de suas instituições. Mas recentemente, a Geografia continua fora dos estudos geopolíticos, visto que a ciência política, área das Ciências Sociais, assumiu esta carga de estudos de S. Miyamoto e L. Mello, que absorveram ideologias europeias como:


  • Unidade nacional e territorial;
  • Justificação das idéias antirrepublicanas, antidemocráticas e antifederativas (Alberto Torres e Oliveira Viana);
  •  Centralização do poder político e gestão territorial (Miyamoto);

Percebe-se portanto que, assim como os norte-americanos utilizaram-se dos principais estudos da geopolítica alemã para dar bases teóricas à sua dominação, assim fizeram as instituições militares no Brasil para assumir o poder.

Justificados por idéias como somente a existência de um governo central, seria possível a diminuição das diferenças sociais entre as diversas regiões do país a geopolítica ganhou espaço dentro do período republicano da história brasileira.

Um dos nomes que gera uma discussão mais inquietadoras na geopolítica brasileira é Backlieuser, que chegou a propor uma divisão regional do Brasil que estabelecia limites retilíneos paralelos aos meridianos, com dimensões equivalentes politicamente e que a capital das regiões e do Estado deveria concertrar-se no centro político e geográfico, de forma muito semelhante às propostas de Ratzel e Otto Maull. Propõe ainda uma redistribuição territorial do país, onde a capital estaria no interior e existiriam espaços federais dentro dos territórios delimitados, além de reafirmar seu interesse em deixar bem claro a unidade da nação.

Estes pensamentos autoritários e geomilitar perduraram de forma absoluta até a década de 70, com os pensamentos do general Golbery do Couto e Silva. Suas bases são muito voltadas à segurança nacional e em estratégias globais, ou seja, propõe uma estratégia que deve se sobrepor `às conjunturas políticas. Este militar propõe uma nova regionalização do Brasil, tendo como centro geopolítico São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a Amazônia como espaço que deveria ser ocupado. Defende ainda, o alinhamento do Brasil às potências ocidentais, assim, compartilha das idéias de Spykman.

Posteriormente, Golbery mostra um pensamento inovador, ao observar os avanços do governo de Jucelino Kubicheck como a industrialização e as mudanças no poder econômico.
A partir de 1949, com a criação da Escola Superior de Guerra, os rumos da Geografia política brasileira são mudados, de forma a assumir maior caráter científico e pouco ligados a administração do governo.

Fortemente influenciado por Golbery, Mattos Meira é um outro estudioso que ganha destaques em suas publicações, por tratar de questões como a integração da América latina no processo de colonização da Amazônia.

Na década de 90 destaca-se os estudos de Cavagnari, que vem assumir discussão semelhante à acessão dos EUA como potência mundial, no caso o Brasil como potência média no contexto sulamericano.

Por fim, uma das atuais pesquisadoras da geopolítica brasileira é Bertha Becker, que passa a discutir temas da geopolítica no âmbito acadêmico.

E desta forma se configura a geopolítica brasileira, quase que absolutamente calcada nos quartéis generais, fortemente marcada pelo autoritarismo e pelo controle ideológico interno no país, com poucas análises de ordem da política mundial.

Referência Bibliográfica:

COSTA, Wanderley Messias da. Geografia política e geopolítica: Discursos sobre o território e poder. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1992.

Escrito por Rodrigo Sousa em Maio de 2013
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PAUTANDO UMA BREVE INTRODUÇÃO À GEOPOLÍTICA E SEUS CONCEITOS

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 6 de setembro de 2013 |


A geopolítica é mais uma das tantas abordagens geográficas que gera discussões e questões polêmicas, a exemplo da análise de Wanderley Messias da Costa, no livro Geografia política e geopolítica ao tentar definir geopolítica, afirma “com relativa segurança que a geopolítica é antes de tudo um subproduto e um reducionismo técnico e pragmático da Geografia política”. Ou seja, a geopolítica trata do mesmo objeto que trata a Geografia política, entretanto sob uma concepção pouco teórica e muito aplicada aos interesses estatais. A exemplo dos estudos do pioneiro da geopolítica, Rudolf Kjéllen que estudou as relações entre Estado e território de forma a manipular os conceitos e a sugerir um receituário imperialista.

Desde o seu surgimento, os adeptos da geopolítica desdenham seus esforços na tentativa de compreender as expansões territoriais dos Estados, sobretudo a partir de relações de ordem econômica, como o neocolonialismo e o imperialismo comercial, conceitos centrados na expansão do poder de poucos Estados sobre os demais.

Entretanto, a geopolítica ganha rumos mais bem definidos de uma ciência a partir dos pensamentos de Mahan, embasados nas discussões em torno do poder marítimo e Mackinder, que voltou suas atenções ao poder terrestre. Pensamentos estes que possibilitaram um diálogo de oposição e síntese na construção da nova ciência .É importante destacar que todos os estudos geopolíticos estão embasados pelo contexto histórico que vive o pesquisador, pois observamos que desde as idéias precussoras de Ratzel, bem como as necessidades estatais à que serve a pesquisa no caso de Ratzel, a Alemanha. Com Mahan não poderia ser de outro modo, este se colocou na posição de teórico do expansionismo territorial que acarretaria na ascensão dos Estados Unidos como potência mundial.

Mahan percebeu que desde muito tempo as principais vias de circulação e de fluxos davam-se em rios e canais navegáveis, o que beneficiou países que tinham extensa rede de drenagem como Holanda e Alemanha. Entretanto com o advento de processos de fluxos globais, estes se alargaram e geravam choques de interesses entre as nações. O canal de Suez é um dos maiores exemplos que sustenta as teorias de Mahan, pois este canal tornou a Inglaterra uma das maiores e mais sólidas potências mundiais, a partir do controle do tráfego de mercadorias.

Mackinder direciona seu foco às conquistas territoriais dadas nos continentes, busca por meio de análises históricas justificar a condição de dominância dos Estados de seu tempo. O exemplo mais clássico do seu pensamento é a Rússia que é tida como uma verdadeira potência, sobretudo devido ao seu imenso território, diferente dos países da Europa Ocidental que apesar de suas condições econômicas, pouco território físico tinham. Assim, a exemplo da Rússia, a dominação terrestre, a partir da dominação dos países mais próximos foi fator determinante para o maior jogo de poderes da história humana, a segunda guerra mundial.


Seja por terra, pelo mar ou mesmo pelo ar os Estados que conseguiram angariar certo controle sobre os recursos naturais, dos quais os demais Estados são dependentes, destacaram-se, de forma a controlar os fluxos de pessoas, mercadorias ou ideias e a impor suas condições, em muitos casos por meio do terror, é necessário destacar também que, se até pouco tempo o que chamava a maior atenção dos Estados era o controle da produção de determinados produtos como o petróleo, como forma de dominação, hoje o foco recai sobre os consumidores, assim, quem tem mais relações de comércio e consequentemente mais possibilidades de vendas, “dita as regras”. 


Escrito por Rodrigo Sousa em Maio de 2013
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AGORA SÃO 25000 ACESSOS!

| Publicado por Rodrigo Sousa em: 2 de setembro de 2013 |


Em passos largos o blog O-ESPETACULAR chega ao visitante de número 25000, nesta sexta feria 31 de agosto de 2013, fica registrado nossos agradecimentos a todos que visitaram o blog ao longo destes três anos.

Atenciosamente, Rodrigo Sousa.
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